Foto: Divulgação/Ceará SC

Hoje as bandeiras se unem a meio mastro e não existem camisas distintas, tampouco torcidas diferentes. Uma vez mais, o maior de todos une o reino que o terá sempre como monarca em um só sentimento, pena que agora de dor e falta por sua ausência.

Pelé parte e, com isso, perdemos um pouco da cor do futebol e muito do brilhantismo das camisas 10 do mundo todo.

Aquele que parou uma guerra, uniu milhares de apaixonados pelo futebol em abraços calorosos, enquanto socava o ar e proporcionou ao povo brasileiro a honra de ter próximo de si um rei nos deixa e leva consigo uma parcela do que há de melhor entre a relação do povo com o principal esporte do planeta que ele conquistou três vezes usando amarelo e outras duas com o preto e o branco.

Em 82 anos de vida, Pelé mostrou ter a capacidade de fazer tudo ao seu redor ter uma dimensão maior, unicamente por sua presença. Por onde passava, arrastava consigo multidões abismadas pelo que fazia com uma bola em seus pés.

O rei era tão grande em tudo o que fazia, que até quando ficava no “quase”, merecia destaque. Em 70, abismou o mundo ao mostrar que era possível tentar um gol ainda do meio-campo ou mesmo que se podia driblar um rival sem um toque sequer na bola, algo que fez com Mazurkiewicz, instantes antes de bater ao lado do gol uruguaio naquele jogo que nos garantiu na final que viria a ser a do tricampeonato mundial. 

Para nós alvinegros, é difícil falar do Rei sem relembrar o jogo 1000 do gênio de Três Corações, partida em que Samuel e Da Costa fizeram o que parecia ser impossível - vencer o Santos de Pelé.

Em seu último ato, Pelé nos prova sua humanidade e o corpo que driblou Mazurkiewicz padece a uma iniquidade da vida terrena.

Para a tristeza daqueles que amam o esporte que Pelé nasceu para chamar de seu, o rei parte deste plano para a eternidade, local simbólico em que já havia conquistado o direito de morada.

De hoje em diante, ver e jogar futebol será diferente e terá menos magia. Aos que ficam, restam a dor da perda e as lembranças daquele que foi, é e sempre será o maior de todos os tempos.

Descanse na paz que somente os expoentes da história têm direito, rei.

Matheus Pereira/Departamento de Comunicação - CSC