Foto: Israel Simonton/cearasc.com

Com as paralisações dos campeonatos e a necessidade de isolamento social por conta da pandemia da covid-19, os setores diretamente ligados ao futebol profissional do Ceará tiveram que se reinventar para conseguir acompanhar, mesmo a distância, os condicionamentos, percentuais e quadros clínicos do elenco.

Mas antes disso, ainda no período de férias antecipadas dos jogadores, Camila Mazetto, nutricionista do Vozão, já tomava medidas por conta do momento sem jogos e treinos. Insumos, que poderiam perder a validade a curto e médio prazo, foram destinados ao futebol feminino.

Nas categorias de base, o estoque de alimento foi transformado em cestas básicas para atender aos funcionários. Para manter os equipamentos da cozinha em pleno funcionamento, um funcionário apenas faz visitas pontuais à sede do clube. Máquinas industriais não podem passar muito tempo desligadas.

Com os atletas, no primeiro momento da parada, foram elaborados questionários e cartilhas virtuais, além dos vídeos com instruções de alimentação. Desde então, o setor de nutrição faz reunião remotas periódicas com a comissão técnica. Para mensurar níveis de desidratação e percentual de gordura, são feitas avaliações diárias de peso e coloração de urina por tabela de cores.

“A gente consegue determinar a quantidade de líquido que eles precisam tomar pelos relatórios respondidos. Conseguimos determinar se o atleta está bem hidratado, desidratado ou em risco de desidratação”, explica Mazetto.

Com a impossibilidade do acompanhamento direto dos hábitos alimentares, os atletas respondem a um inquérito alimentar diariamente. Exatamente tudo o que o jogador comeu no dia anterior e quantidade devem ser descritos com detalhes no questionário; desde o café da manhã até a última refeição.

“Dessa forma, eu consigo avaliar cada jogador e elencar correções para que eles consigam melhorar a alimentação. Isso tem sido uma forma de dar atenção a essa dieta de casa. É natural que, às vezes, por estarem em casa, eles optem por alimentos não tão saudáveis. Nossa função é fazer com que alguns detalhes sejam ajustados para que isso não prejudique a composição corporal. Para ter o controle de peso e percentual de gordura de cada um”, esclareceu a nutricionista.

Com especificidades de carga, treinos e quadros físicos, a suplementação alimentar também deve ser individualizada entre o plantel. Foram entregues para os atletas que residem em Fortaleza kits de suplementação personalizada. O atleta que está fora da cidade nesse período recebeu prescrições e sugestões de lojas para adquirir os suplementos.

“Com isso, a gente consegue controlar, mesmo a distância, toda a parte de hidratação, alimentação e suplementação. Essa não é a realidade que queríamos estar vivendo, mas tem sido a melhor forma que encontramos para o departamento de nutrição estar presente no dia a dia dos atletas, para que eles voltem com uma composição corporal adequada e o desempenho não seja tão afetado. Temos grandes chances de termos atletas com o melhor condicionamento físico depois que retornarem”, concluiu Camila Mazetto.

 

Departamento de Comunicação - CSC