Foto: Marcelo Vidal/cearasc.com

Reativado em 2018, o futebol feminino do Ceará tem como um dos seus objetivos a formação de atletas. Com um trabalho contínuo nas categorias de base da modalidade desde 2020, o clube teve, nas atletas formadas no clube, uma base para a manutenção da modalidade em um começo de temporada complicado, em 2023. 

Seguindo o trabalho, atualmente, 32 atletas entre jogadoras com idade para as categorias Sub-13, Sub-15, Sub-17 e Sub-20 treinam no CT de Porangabuçu. Agente ativo na formação da base alvinegra da modalidade, César Molina, coordenador técnico das Meninas do Vozão, falou sobre o trabalho realizado na base alvinegra, valorizando a importância que o Time do Povo deu às categorias de acesso desde o começo desse trabalho, salientando as dificuldades que o clube tem de enfrentar na busca por competitividade no âmbito regional. 

“No futebol, independentemente do gênero, já está mais do que comprovada a importância das categorias de base, e aqui no Ceará não é diferente. O futebol feminino no clube retornou em 2018 e, dois anos depois, se enxergou a importância que teria a formação de uma base para dar suporte, a longo prazo, para a equipe adulta. Já tivemos atletas convocadas para a Seleção Brasileira e atletas envolvidas no elenco profissional. A diretoria sempre acreditou muito no trabalho de base do futebol feminino. Mesmo com a dificuldade que enfrentamos de competições de base no estado, não se deixou de investir na formação dessas atletas”, disse. 

Formação 
Treinador do grupo, Felipe Soares falou com o cearasc.com sobre a diferença na formação de uma atleta de base no futebol feminino para a formatação do trabalho no masculino, citando pontos aprimorados no dia a dia de treinamentos. 

“Existe uma diferença entre as categorias de base no feminino e no masculino entre a relação de tempo e oportunidade. No masculino, um garoto de 17 anos, já está envolvido no processo do profissional, no feminino, muitas vezes, as atletas ainda precisam trabalhar valências fundamentais para o jogo. Nós temos menos tempo, porque elas tiveram menos oportunidades”, contou.

Além disso, o treinador pontuou sobre a metodologia de trabalho, ressaltando que tudo o que é feito visa o crescimento das atletas a longo prazo. 

“A minha metodologia está sempre focada em minimizar o medo da atleta de errar. Tirar esse limitador. Na categoria de base, nós vamos jogar com um estilo em que elas corram muitos riscos, calculados, é claro. Assim, quando se tornar profissional, essa atleta vai conseguir  identificar o momento certo de cada coisa”, disse.

Versatilidade
Outro ponto fundamental na formação de atletas do futebol feminino é a rodagem que todas que estão envolvidas no processo têm nas diversas funções do campo. Fazer com que as jovens conheçam e trabalhem nas várias posições do jogo é uma oportunidade para que comissão e atleta conheçam exatamente as habilidades de cada uma. 

“Existem atletas que chegam para a gente com 14 anos e se dizem atacantes, por exemplo. Nós podemos treinar pontos fundamentais para uma atacante, mas nós tentamos fazer com que elas experienciem outras posições, porque nós podemos descobrir valências necessárias para outras posições ou, ainda, formarmos atletas mais versáteis, o que é algo relevante para qualquer time”, finalizou Felipe.