Foto: Ceará SC

Era para ser um dia normal, uma quarta-feira tal qual as anteriores. Ainda assim, a ansiedade pelo que a noite traria tornava tudo diferente naquele 29/04/2015. A vantagem de um gol trazida na mala depois do primeiro jogo era um tempero a mais no sonho da conquista e as horas passavam no embalo do desejo pela chegada da hora da bola rolar em uma Arena Castelão que já não tinha lugares disponíveis para quem desejasse ir ao estádio. Em campo, gols de heróis improváveis em meio a uma festa que ficou marcada em nossa história. O título da Copa do Nordeste completa 10 anos e marca uma mudança de patamar na história alvinegra. 

A campanha foi marcada pela superação e pela consistência de um time que tinha na luta por cada espaço de campo representada por nomes como Charles e Sandro Manoel, a técnica do maestro Ricardinho e no faro de gol do artilheiro Magno Alves marcas que até hoje preenchem o imaginário de nossa torcida ao lembrar daquela campanha que teve fim com um título invicto. 

A decisão
Tudo na Capital girava em torno do jogo. As ruas foram tomadas em preto e branco e a Arena Castelão, palco que havia recebido uma Copa do Mundo pouco mais de um ano antes, teve uma verdadeira noite de decisão. Os espaços não faltavam apenas dentro do estádio, mas em todo o seu entorno, proporcionando aos que chegavam para aquela final. 

Além do relógio
Com as ruas preenchidas pela paixão e pela expectativa alvinegras, a delegação do Bahia se atrasou, fazendo com que a final, antes marcada para 21h30, tivesse início somente uma hora depois, varando a madrugada. 

Em campo, o Bahia buscava igualar o placar agregado após a derrota em Salvador, empate evitado pelo mesmo pé direito que trouxera o 1x0 para o Time do Povo na semana anterior. Ricardinho, o maestro, teve dia de operário e evitou o gol que daria a vantagem dos baianos. 

Agora, já não era mais hora de sofrer e sim celebrar o que estava por vir. Nome da decisão, Ricardinho serviu a dupla de zaga alvinegra para que Charles e Gilvan brilhassem. Os gols celebrados pelos 63.903 torcedores presentes naquela noite marcaram a primeira conquista da Copa do Nordeste para o Time do Povo, uma festa que marcou uma geração e representou muito mais do que uma taça na prateleira.