Foto: Felipe Santos/cearasc.com

Em meio à alegria de levantar sua primeira taça com a camisa do Ceará Sporting Club e seu segundo troféu da Copa do Nordeste, o lateral-direito Eduardo vive o êxtase pós título de uma maneira ainda mais especial. Há pouco mais de um ano, o atleta, ainda vestindo a camisa da Chapecoense/SC, era diagnosticado com um tumor na tíbia. Após cirurgia, um severo tratamento e diversos dias e noites de dor e, até mesmo, incertezas sobre a continuidade de sua carreira, o lateral comemora a conquista da principal competição regional do futebol brasileiro. 

Tudo começou no início da temporada 2019. Quando disputava o campeonato estadual pela Chapecoense, Eduardo começou a sentir fortes dores na região da canela esquerda. Mesmo com as dores quase que insuportáveis, o atleta jogou o catarinense, sendo eleito o melhor lateral da competição, chegando à disputa do Campeonato Brasileiro. No dia da estreia da Série A, enquanto se preparava para o primeiro jogo da competição, Eduardo foi chamado por um dos médicos do clube de Santa Catarina. Infelizmente, começava ali uma das jornadas mais difíceis já enfrentadas pelo atleta. 

“Desde que eu comecei a sentir as dores, achavam que era uma fratura por estresse. Fiz diversos exames e dava somente uma inflamação na canela. A medida que o tempo foi passando, as dores foram aumentando e o médico pediu para repetir os exames. No dia da estreia do Brasileirão eu recebi a notícia. Minutos antes da estreia o médico veio com o resultado do exame e me mostrou que eu estava com um tumor benigno na tíbia. A partir dali, fiquei muito assustado”, disse. 

Mesmo com o diagnóstico fechado, Eduardo manteve sua rotina de treinamentos e jogos, ainda que com dores quase que insuportáveis. Ao chegar a parada do Brasileirão 2019 para a disputa da Copa América, o lateral foi submetido à uma cirurgia. Mesmo recuperado da cirurgia, o problema não o deixaria totalmente. Em seu primeiro treino após a operação, em um movimento normal de treino, Eduardo viu sua cirurgia reabrir, trazendo à tona os mesmos problemas de antes. 

Dali em diante, Eduardo teve de trabalhar no campo e fora dele visando a recuperação física, mesmo que em meio ao medo e às incertezas causados pela lesão. Como caracterizou o camisa 86. “Quando estava tudo tranquilo, a cirurgia abriu. A pele estava fraca por conta da radioterapia. Depois disso, tive que fazer uma nova operação para reparar. Depois, foi um tratamento muito difícil, as dores eram muito fortes. Foram quase cinco meses em que treinar e jogar era muito difícil”, avaliou. 

Além das dores físicas, Eduardo tinha de conviver com as consequências psicológicas que o problema trazia. Dentre eles, o medo de não conseguir mais jogar em alto nível. “Foi muito complicado para mim e para minha família. Meus filhos me viam chorando muito em casa, era fisioterapia de manhã, de tarde e de noite. Graças a Deus, Ele e minha família me ajudaram a passar por isso”, afirmou.

Contratado no início da atual temporada, Eduardo teve total aparato para que se recuperasse de maneira plena, podendo voltar a exercer o melhor de seu futebol. “Quando cheguei aqui no Ceará, todo mundo me ajudou sempre. Fiz trabalhos individualizados na perna e consegui ficar 100% de novo e ter o desempenho que eu sempre tive”, disse. 

Hoje, pouco mais de um ano depois, Eduardo carrega nos braços, a taça da Copa do Nordeste. No peito, leva consigo a medalha da competição, mas a principal conquista está dentro de seu coração: o sentimento de superação pessoal. 

“A sensação, hoje, é muito boa. Faltam até palavras para descrever. Só consigo achar que é mais uma prova que Deus existe. Meu medo era não jogar mais, ou não jogar mais em alto nível. Foram várias noites sem dormir, mas hoje eu vejo que tudo valeu à pena. Ganhar uma competição como a Copa do Nordeste, depois de tudo o que passei, é o melhor momento da minha vida. É mais uma prova de que tudo é possível para quem trabalha duro”, afirmou o lateral. 

 Departamento de Comunicação - CSC