Foto: Felipe Santos/cearasc.com

Em um dos mais irônicos paradoxos da vida, só se pode ter noção do tamanho de um feito depois que ele esteja completamente realizado. A história, enquanto está sendo escrita, não nos permite saber o que representará, à medida que o tempo for passando. De todo modo, algumas realizações fazem com que tenhamos a convicção de que, quando rememorados, terão páginas especiais nos relatos da vida.  

O Ceará Sporting Club iniciou a CONMEBOL Sudamericana vislumbrando feitos grandes e, sem nenhuma falsa modéstia, entrou na competição como um dos expoentes de sua chave. Classificar era o desejo, o sonho era palpável e a caminhada na fase de grupos era a construção de uma história diferente de tudo aquilo que o Alvinegro havia vivido em seus quase 108 anos. 

Nos cinco primeiros jogos, vitórias que traziam junto dos três pontos a crença na classificação às oitavas de final e o desejo pelo sabor da história. Coube ao regulamento trazer emoção à busca pela vaga e em um dos palcos mais tradicionais do futebol da América do Sul, o Alvinegro teve de decidir sua vida. 

Como se não bastasse chegar à fase seguinte, o Ceará conquistou uma CLASSIFICAÇÃO, exatamente assim, em letras garrafais. 

Dois mil torcedores fizeram com que o tradicional branco da bandeira argentina visse sua companhia mudar do celeste para um preto de brilho único e com que a capital dos hermanos sentisse-se, ainda que fria como poucas vezes se viu, como a capital cearense, tomada pela torcida do Time do Povo. 

O Rey de Copas foi obrigado a se curvar ao Mais Querido e no Libertadores de América acabou preso na fase de grupos da CONMEBOL Sudamericana. 

O Ceará viveu esta primeira etapa de uma das competições mais tradicionais do futebol sul-americano com a categoria de um gigante e com humildade e seriedade permanecerá assim. 

A história foi feita e o sonho do caminho até Brasília segue vivo. Ainda não é possível prever onde chegaremos, mas, sem dúvidas, os olhos marejados pelo feito podem enxergar que o que já foi feito é especial e é assim que será apontado por todos no futuro. 

Matheus Pereira/Departamento de Comunicação - CSC