Felipe Oliveira / EC Bahia

Ainda com um cenário incerto por questões epidemiológicas, o futebol brasileiro vive a expectativa de retorno às atividades normais. Se por um lado, o calendário de jogos, já bastante estreito pelo número de competições disputadas, estuda mudança nas estruturas dos campeonatos para que não se perca a temporada vigente, a segurança de atletas, dirigentes e funcionário envolvidos com o futebol não pode ser posta em risco.

Com quase dois meses completos de ausência de jogos oficiais e treinos presenciais, não há como precisar o reinício das competições por decisão das federações locais e da CBF. Clubes divergem sobre a situação.

Na última sexta-feira, 08/05, o IFAB, órgão da FIFA que debate e pondera as regras do futebol, deu carta branca às entidades organizadoras de competições para o aumento de substituições nas partidas até o fim de 2020. Agora, serão permitidas cinco mexidas por time durante o jogo com, no máximo, três paradas. De acordo com a FIFA, a medida servirá para “proteger o bem-estar dos jogadores”.

O cearasc.com conversou com o técnico Guto Ferreira e o executivo de futebol Jorge Macedo sobre esta nova possibilidade de aumentar o número de trocas. Confira, agora, a opinião deles.

Guto Ferreira (técnico): “Na realidade, isso é positivo no aspecto do momento que estamos vivendo. Teremos competição que não sabemos qual perfil de calendário delas. Serão muito jogos próximos. O fato de poder usar cinco jogadores faz com que você evite desgaste grande em cima de todo o plantel. Por outro lado, vai haver mudança no jogo. Muitas vezes, o que faz a diferença na partida é esse desgaste, que acaba gerando espaços, fazendo com que a equipe que tem um pouco mais de qualidade física e técnica ache proveito nisso. Pode ser que isso faça com que os jogos se equilibrem um pouco mais no aspecto defensivo. Pode ser também que diminua a quantidade de gols. Mas isso é uma suposição. O jogo não será mais o mesmo, será mexido em sua estrutura. Vamos ter que evoluir e nos adaptar dentro dessa situação”.

Jorge Macedo (executivo de futebol): “Eu vejo como muito importante. Desde que observando o número de pararas, não podendo ter mais de três. A gente vem de campeonatos com desgaste muito grande. Atletas estão jogando até mais de 60 jogos por temporada. Então, é bom para rodar bastante o elenco, motivar um número maior de jogadores e para estar oportunizando os mais jovens a jogar. Tem uma série de fatores que seriam beneficiados com essa situação dessa troca da regra. Depois da questão dessa pandemia, a gente não sabe qual vai ser a periodicidade dos jogos. Estão falando em jogar até com intervalo de 48 horas somente. Com certeza vai ajudar muito ter um número maior de substituições”.